Mais uma pergunta recorrente no arsenal de perguntas das minhas gravidinhas. Durante a gestação, é comum que as emoções fiquem à flor da pele, e o nervosismo pode aparecer de várias formas. Porém para responder à pergunta inicial, preciso destrinchar o que é estar nervosa e o que é estar muito nervosa.
O termo “nervosismo” tem muitas conotações em nossa língua. No dia a dia, essa sensação pode ser descrita como ansiedade (que se relaciona a medo e preocupação), impaciência, irritabilidade ou até mesmo agressividade. Então, é interessante discriminar sobre que tipo de nervosiso estamos falando, para sabermos o melhor modo de cuidar. Muitas gestantes relatam ficar “à beira de um ataque de nervos” sem motivos aparentes, o que pode ser uma resposta do corpo às mudanças hormonais e à tensão emocional, mas também pode ter relação com sobrecarga e outras questões sociais do período. Flutuações de humor, falta de paciência em situações corriqueiras e explosões emocionais são manifestações comuns nesse período.
Em seguida, é importante diferenciar o que é sentir-se nervosa em alguns momentos, algo que muitas vezes passa rápido, de sentir que o nervosismo está constante ou exagerado. O que é “muito” nervosismo pode ser percebido de maneira diferente para cada mulher. Às vezes, a sensação de estar “muito” nervosa é uma percepção subjetiva e não necessariamente algo preocupante, e isso va depender de como é o basal de cada mamãe. No entanto, quando essa sensação de irritabilidade ou ansiedade é persistente, intensa e está atrapalhando o seu cotidiano, pode ser um sinal de que é hora de procurar ajuda.
Se você percebe que o nervosismo está afetando seu sono, suas relações ou causando sintomas físicos, como dores de cabeça, palpitações ou crises de choro frequentes, é essencial conversar com um profissional de saúde. A gestação é um momento delicado, e o cuidado emocional é tão importante quanto o físico.
O que fazer? Se o nervosismo for ocasional e passageiro, práticas como caminhar ao ar livre, fazer pausas para respirar profundamente e se dedicar a atividades relaxantes podem ajudar a aliviar a tensão. Também é importante manter uma rotina que inclua momentos de autocuidado, como um banho relaxante ou uma conversa com uma amiga.
Para as situações em que o nervosismo é mais constante e traz sofrimento, a psicoterapia pode ser uma grande aliada. Na terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, você pode aprender a identificar os gatilhos de suas emoções e desenvolver estratégias para lidar com o nervosismo de maneira saudável. E, claro, se a sensação de estar “muito nervosa” persistir e parecer que nada está ajudando, o acompanhamento médico, incluindo um possível ajuste terapêutico, é fundamental.
Lembre-se: sentir-se nervosa de vez em quando não significa que você está falhando em algo nem que está enlouquecendo. A gravidez é um momento intenso e, como todo grande desafio, pede cuidado e apoio. Não hesite em buscar ajuda quando precisar. Você pode acessar outros conteúdos sobre ansiedade normal patológica e até mesmo sobre depressão em meu blog.