Compreenda como a síndrome da apneia do sono pode se mascarar dentro do contexto da psiquiatria

É claro que esses três sintomas não são específicos de nenhuma doença em si e por si só não fechariam nenhum diagnóstico. Mas quis começar o texto com esse tipo de relato, que é super comum no consultório, para levantar a seguinte questão: o sono influencia a nossa saúde mental muito mais do que nós gostaríamos que fosse. Na verdade, nós andamos deixando muito de lado esse quesito importantíssimo. ( buscar ajuda psiquiátrica é mais comum do que se imagina)

No consultório, me deparo com algumas queixas que parecem estranhas ao conjunto de sinais e sintomas que o paciente me relata, meio que um “estranho no ninho”, e percebo aos poucos que essas queixas podem estar relacionadas a noites mal dormidas. Também é comum que eu trate e o paciente melhore bastante de seus sintomas depressivos ou ansiosos, mas algumas queixas ainda permanecem a despeito disso (como por exemplo as queixas de atenção, memória, velocidade de raciocínio, irritabilidade, indisposição matutina e sonolência diurna) e, não raramente, também se relacionam a noites mal dormidas. ( entenda a importância de uma primeira consulta psiquiátrica)

Há vários motivos pelos quais alguém pode dormir mal, e alguns desses motivos podem realmente ser parte de uma doença, não só algo corriqueiro. Dentre os transtornos relacionados ao sono, hoje quero dar foco à apneia obstrutiva do sono (SAOS), um distúrbio ventilatório do sono.