Você sabe quem são as mães atípicas?

Quem cuida de quem cuida?

Sempre que ouvimos falar sobre autismo nas redes sociais ou Tv, um termo se repete muito: “mães atípicas”. Já entendemos que as mães de pessoas com autismo são chamadas de “atípicas” e que isso remete a várias peculiaridades que envolvem essa maternidade. 

Mas você sabia que esse termo não se limita às mães de autistas?

mãe brinca com sua filha neurodivergente

Na verdade, o termo “maternidade atípica” se refere às mães que cuidam de seus filhos com deficiência. Logo, uma gama muito mais ampla de transtornos genéticos, físicos e mentais entra para esse grupo. 

Maternidade atípica é o termo escolhido para esse contexto, e que tenta chamar a atenção da sociedade para as necessidades da mulher que cuida de pessoas com deficiência. 

Mas o que isso tem a ver com a psiquiatria? Essas mães estão mais suscetíveis a adoecimentos por esgotamento, depressão e ansiedade, e estão também mais predispostas a tentar suicídio!

E precisamos lembrar que quem adoece essas mães não são os filhos em si, mas sim os sistemas.

Tudo começa no diagnóstico, que as vezes é ainda intrauterino, e ali a mãe passa por um processo de luto. Luto pela criança e pela maternidade idealizada. O sofrimento pela preparação do que poderia vir a ser. 

Depois, vem o fator “suporte social”, frequentemente escasso. 

Ainda que avanços tenham acontecido, e muitos pais percebam o quanto é importante e gratificante cuidar das crianças, tradicionalmente as tarefas de cuidados ficam mais com as mulheres que com os homens. Principalmente quando os filhos têm alguma deficiência. Dados de 2012 do Instituto Baresi, mostraram que, no Brasil, 78% dos pais abandonaram as mães de crianças com deficiência e doenças raras antes de os filhos completarem cinco anos de idade. 

Então temos um cenário em que uma criança requer cuidados mais próximos em casa e fora de casa, com uma mãe fazendo os cuidados de modo solo. Esse peso físico, emocional e financeiro é terreno fértil pro adoecimento (incluindo o burnout materno, cujo tema é abordado aqui). 

Além de sozinhas, ainda temos o fator sofrimento direto relacionado a ver o seu filho sofrendo. Sofrendo dores, limitações físicas ou mentais, intervenções cirúrgicas, sofrendo com preconceito e capacitismo. 

E há outros pontos sociais: é a mãe atípica quem luta por vagas em ambulatórios especializados, por vagas em terapias, por autorizações do convênio de saúde, por vaga em escola regular, por apoio político, por medicações e por inclusão. 

Essa mesma mãe, via de regra, não tira tempo para si, não cria vínculos de amizades, não volta a se relacionar afetivamente novamente. E não só a falta de vínculos sociais adoece, mas também o olhar totalmente voltado pras necessidade daquela criança, o viver a vida daquela criança, também adoece!

Imagina quantos fatores de risco para depressão! 

Hoje este texto é pra levantar essa bola: vamos olhar e enxergar as nossas mães atípicas. Para além de questionar sobre a saúde de seus filhos, indaguem como elas estão, questionem do que precisam, compartilhem com elas conhecimentos que possam ajudá-las na lida com o filho e com processos outros, forneçam apoio emocional, convidem para uma atividade diferente, e mostrem a elas que, se necessário, está tudo bem em buscar ajuda profissional em saúde mental.

Separei uma reportagem com relatos de mães atípicas aqui.

Você se viu em algumas dessas situações? Busque um psiquiatra que compreenda das peculiaridades da saúde mental feminina, para garantir que se sinta segura.  

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